4.12.06
BASES NORTE-AMERICANAS NA AMÉRICA DO SUL.
- No sul da Patagônia, Argentina, encontra-se instalada importante base de mísseis estratégicos dos EUA, com adequadas construções subterrâneas e pistas hábeis a equipamentos de grande porte, como sentinela do extremo sul da América Latina, zona de comunicação do Pacífico com o Atlântico, sob acordo que vem sendo honrado pelo governo da Casa Rosada.
- Ao contrário do presidente Nestor Kirschner, o recém eleito presidente do Equador, Rafael Correa, externou o desejo de retirar os militares americanos da Base Aérea Eloy Alfaro de Manta, no entusiasmo da sua eleição no último dia 26 de novembro.
A Base Aérea situa-se abaixo da linha do Equador, no centro dos paralelos 82º e 80º em frente à baía de Manta, no Oceano Pacífico, e dispõe de uma pista de 2860 metros, com instalações subterrâneas, concentra mais de 400 militares e civis ianques, sediando um grupo de cinco famosos jatos Boeing C-17 Globemaster III, que cumprem missões diuturnas sob escolta de caças F16 e F15, sobrevoando o espaço aéreo do arco do Equador ao Caribe, e incursionando sobre a Amazônia não brasileira.
É inestimável a importância estratégica da base de Manta devido à necessidade dos EUA supervisionar a navegação marítima e o espaço aéreo do Pacífico, notadamente face à presença de submarinos e embarcações mercantes asiáticas nas águas internacionais costeiras dos países andinos.
O acordo de concessão da utilização da base data de 1999 e, em 2009, terminará o prazo de vigência acordado entre EUA e Equador, sendo para o sistema de defesa aeroespacial do país andino um acordo que recebeu investimento de 70 milhões de dólares na ampliação da pista que era de 1700 metros e pelo intercâmbio de conhecimento, pois as super aeronaves exercem vigilância sob o território da Colômbia ocupado pelo narcoterrorismo.
Após encontro do presidente eleito com a embaixadora dos EUA e os cumprimentos recebidos do presidente Bush, o assunto foi relegado a segundo plano, contrariando expectativa do presidente Hugo Chavéz da Venezuela e Evo Morales, da Bolívia, que estimulam conflitos políticos contra os EUA.
Há que se registrar a presença da marinha chinesa nas águas internacionais do Pacífico e a sua determinação política de se tornar potência de primeira grandeza, conforme o seu plano 2015, buscando exercer influência na América Latina.
Lembramos que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva angariou reservas no relacionamento externo, contribuindo com a declaração de reconhecimento do país asiático como “economia de mercado”, apoiando a geopolítica da China.
Analistas dos centros estratégicos de Washington estimam que o mundo estaria caminhando para uma nova era de bipolarização politica, base das preocupações e cautelas da Secretaria de Estado.