27.7.07
: MARTA SUPLICY AUTORIZOU CONSTRUIR O HOTEL QUE DIMINUIU PISTA DE CONGONHAS!
Marta Suplicy, atual ministra do Turismo, é responsável pela autorização da Prefeitura de São Paulo, quando foi prefeita, para que o empresário Oscar Moroni Filho, conhecido em São Paulo como "o rei do prazer", tenha iniciado a construção do Oscar Hotel.
Os pilotos dos aviões precisam desviar desse edifício quando estão se dirigindo para a pista de Congonhas. Isso faz com que a aproximação acabe inutilizando cerca de 130 metros da pista principal do aeroporto, tornando-a mais curta. De 1.940 para 1.810/1.780 metros, dependendo do Equipamento ou seja do Avião a aterrizar.
O edifício fica localizado a 600 metros da cabeceira da pista de Congonhas. Oscar Moroni Filho é dono do principal Cabaré de São Paulo, o "clube prive" Bahamas, que rende mais de 30 milhões de reais ao ano.
O projeto do hotel ocupa 10 mil metros quadrados e custa 20 milhões de reais.Este projeto já havia sido vetado pela Aeronáutica, mas misteriosamente acabou conseguindo autorização, assim como também da Prefeitura de São Paulo na administração Marta Suplicy.
Jaime Gimenez Jr São Paulo SP Brasil
26.7.07
Carta aos governantes e à família brasileira de uma mãe que perdeu seu único filho no acidente da TAM
Perdi o meu único filho.
Click aqui e veja a reconstituição animada da tragédia de Congonhas feita pelo jornal espanhol El Pais. Preste atenção que ela permite ver como foi o desastre de vários ângulos. Para isso, basta continuar clicando em um botão que tem no video indicando a direita => e a esquerda <=, para retroceder.
Ninguém, a não ser outra mãe que tenha passado por semelhante tragédia, pode ter experimentado dor maior. Mesmo sem ter sido dada qualquer publicidade à missa que ontem oferecemos à alma de meu filho, Luís Fernando Soares Zacchini, mais de cem pessoas compareceram.
Em todos os olhos havia lágrimas. Lágrimas sinceras de dor, de saudade, de empatia. Meus olhos refletiam todos os prantos derramados por ele, por mim, por seu filhinho, por sua esposa, por todos parentes e amigos.
Por todos os sacrificados na catástrofe do Aeroporto de Congonhas. Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer. Sabia que os vôos neste país não oferecem segurança no céu e na terra.
Que no Brasil a voracidade de vender bilhetes aéreos superou o respeito à vida humana.
A culpa é lançada sobre um número insuficiente de mal remunerados operadores aéreos ou sobre as condições das turbinas dos aviões.
Um Governo alheio a vaias é responsável pelo desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas aéreas do mundo, a VARIG, em benefício da TAM , desde então, a principal provedora de bilhetes pagos pelo Governo.
Que a opinião pública é desviada para supostos erros de bodes expiatórios, permitindo aos ambíguos incompetentes que nos governam continuarem sua ação impune.
Que nossos aeroportos não têm condições de atender à crescente demanda de vôos cujo preço é o mais caro do mundo.
Quando os usuários aguardam uma explicação, à falta de respeito ao cidadão juntam-se o escárnio e a cruel vulgaridade de uma ministra recomendando aos viajantes prejudicados que "relaxem e gozem".
Assuntos de alcova não condizentes com a reta postura moral e respeito exigidos no exercício de cargos públicos.
Assessores do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos.
Gestos mais apropriados a bordéis do que a gabinetes presidenciais. Ao invés de se arrependerem de uma conduta chula, incompatível com a dignidade de um povo doce e amável como o brasileiro, ainda alardeiam indignação, único sentimento ao alcance dos indignos.
Aqueles que deveriam comandar a responsabilidade pelo tráfego aéreo no Brasil nada fazem exceto conchavos. Aceitam as vantagens de um cargo sem sequer diferenciarem caixa preta de sucata. Tanto que oneraram e humilharam o país ao levar o material errado para ser examinado em Washington.
Essas são as mesmas autoridades agraciadas com louvor e condecorações do Governo, 24 horas após a tragédia em nome do povo brasileiro, enquanto toda a nação, no auge de sofrimento, chorava a perda de seus filhos.
Tudo isto eu sabia. A mim, bastava-me minha dor, bastava meu pranto, bastava o sofrimento dos que me amam, dos que amaram meu filho. Nenhum choro ou lamento iria aumentar ou minorar tanta tristeza.
Dores iguais ou maiores que a minha, de outras mães, dos pais, filhos e amigos dos mortos necessitam de consolo. A solidariedade e amor ao próximo obrigam-nos a esquecer a própria dor.
Não pensei, contudo, que teria de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto. Um texto certamente encomendado a um hábil redator, dirigido mais à opinião pública do que a nossos corações, ao nosso luto, às nossas vítimas.
Palavras que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que demonstrou ao simular uma lágrima.
Não, francamente eu não merecia ter de me submeter a mais essa provação nem necessitava presenciar a estúpida cena: ver o chefe da nação sofismar um sofrimento que não compartilhava conosco.
Senhores governantes: há dias vejo o mundo através de lágrimas amargas mas verdadeiras. Confundem-se com as lágrimas sinceras e puras de todos os corações amigos.
Há dias, da forma mais dolorosa possível, aprendi o que é o verdadeiro amor. O amor humano, o Amor Divino. O amor é inefável, o amor é um sentimento despojado de interesse, não recorre a histriônicas atitudes políticas.Não jorra das bocas, flui do coração! E que Deus nos abençoe!
Adi Maria Vasconcellos Soares
Porto Alegre, 21 de julho de 2007.
Porto Alegre, 21 de julho de 2007.
9.7.07
SOBE!
Senador Pedro Simon (PMDB-RS)
Quando ingressei na vida pública, há cinco décadas, eu apertei o botão de subida do elevador da política, no seu sentido mais puro. E ele subiu. Parou em muitos andares. Abriu e fechou.
Muitas vezes, parecia que as portas emperravam, presas a grades e a paus-de-arara. Mas, mesmo assim, abriam-se, com o esforço de todos os passageiros.
Havia uma voz, que anunciava cada etapa dessa nossa subida, na busca do destino almejado por todos nós. "Liberdade", "democracia", "anistia", "diretas-já". Não era uma voz interna. Ela vinha das ruas, e ecoava de fora para dentro.
Vi gente descer e subir, em cada um dos andares deste edifício político.. Comigo, subiram Ulysses, Tancredo, Teotônio. Já nos primeiros andares, vieram Covas, Darcy, Fernando Henrique. Mais um ou outro andar, Lula, Dirceu, Suplicy. Outros mais, Marina, Heloísa.
De repente, o elevador parou entre dois andares. Alguém mexeu, indevidamente, no painel. Parece que alguns resolveram descer e fizeram mau uso do botão de emergência. O Covas, o Darcy, o Ulysses, o Tancredo, o Teotônio já haviam chegado a seus destinos.
Sentimos, então, uma sensação de insegurança e de falta de referências. Apesar dos brados da Heloísa, parecia que nada poderia impedir a nossa queda livre. A cada andar, uma outra voz, agora de dentro para fora, anunciava, num ritmo rápido e seqüencial: "PC", "Orçamento", "Banestado", "Mensalão", "Sanguessugas", "Navalha", "Xeque-Mate". Alguns nomes, eu nem consegui decifrar, tamanha a velocidade da descida.
E o elevador não parava. Nenhuma porta se abria. Haveria o térreo, de onde poderíamos, de novo, ganhar as ruas. É que imaginávamos que seria o fundo do poço do elevador da política. Qual o quê, não sabíamos que o nosso edifício tinha, ainda, tantos, e tão profundos, subsolos.
Daí, a sensação, cada vez mais contundente, de que o baque seria ainda maior. Quantos seriam os subsolos? Até que profundezas suportaríamos nessa queda livre?
Mais uma vez de repente, o elevador parou, subitamente. Uma fresta, uma sala, uma discussão acalorada. Troca de insultos. Uma reunião da Comissão de Ética da Torre Principal do Edifício.
O Síndico teria pago suas contas pessoais com o dinheiro do Condomínio, através do funcionário do lobby de um outro edifício. E, por isso, teria, também, deixado de pagar pelos serviços de manutenção do elevador. Mais do que isso, o zelador também não havia recebido o seu sagrado salário, para o pão, o leite, a saúde e a educação da família. Idem o segurança..
Mas, havia algo estranho naquela reunião: os representantes dos condôminos, talvez por medo de outros sustos semelhantes, em outros solavancos do elevador, defendiam, solenemente, o Síndico.
Ninguém estava interessado em avaliar a veracidade das suas informações. Nem mesmo as contas do Condomínio. Queriam imputar culpa ao zelador e ao segurança. Ou, quem sabe, teria o tal Síndico informações comprometedoras, gravadas nos corredores soturnos do edifício, a provocar tamanha ânsia solidária? Não se sabe, mas, tudo indica, isso jamais será investigado, enquanto vigorar a atual Convenção de Condomínio.
Há que se rever, portanto, essa Convenção. Há que se consertar esse elevador. Há que se escolher um novo ascensorista. Há que se eleger um novo síndico. Há que se alcançar o andar da ética.
A voz das ruas tem que ecoar, mais alto, nos corredores deste edifício.
A voz de dentro, parece, insiste em continuar violando os painéis de controle. Até que não haja, mais, subsolos.
E, aí, o tal baque poderá ser irreversível.
Não haverá salas de comissões de ética.
Porque não haverá, mais, ética.
Quem sabe, nem mesmo, edifício.
A voz de dentro, parece, insiste em continuar violando os painéis de controle. Até que não haja, mais, subsolos.
E, aí, o tal baque poderá ser irreversível.
Não haverá salas de comissões de ética.
Porque não haverá, mais, ética.
Quem sabe, nem mesmo, edifício.