20.9.07

 

7 de setembro. Desperdício ou .........


Há mais de cem anos os nossos militares organizam com sucesso as festividades comemorativas da Independência do Brasil, cujo ponto alto é o tradicional desfile de 7 de Setembro.

Coisa que fazem sem maiores custos, apenas com o trabalho de seus oficiais e praças.

Pois agora a coisa mudou.

O festival de esbanjamento do dinheiro público promovido pelo governo incluiu o patriotismo como novo item da gastança nacional.

A Presidência da República acaba de contratar o que chamou de "empresa especializada para a reaização de logística das ações comemorativas da Semana Cívica e do desfile de 7 de Setembro", na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Como se o Exército, a Marinha e a Aeronáutica não estivessem em condições de fazer, como há mais de um século, a nossa festa nacional.


E o pior: o governo vai pagar a bagatela de R$ 2.202.975,60 - isso mesmo, mais de dois milhões de reais - a uma empresa do interior de Goiás para fazer a festa.

O grave é que a "empresa especializada" não passa de uma firma promotora de rodeiros e vaquejadas, que aluga palanques e arquibancadas para eventos pecuários pelo centro-oeste.

Curioso também foi o processo de seleção da firma, que responde pelo sugestivo nome de João Palestino Eventos e já esteve envolvida em processos de superfaturamento no Tribunal de Contas de Goiás.

O edital de licitação foi publicado no dia 16 de julho e uma semana depois já se sabia quem ganhou - e se houve outros concorrentes.

Já no dia 2 deste mês, o Diário Oficial publicou o resultado do julgamento e no dia 3 o contrato foi assinado.

Como decorreu apenas um dia entre o julgamento e a assinatura do contrato, não houve prazo para recursos de algum eventual concorrente.

Tão rápido como deportação de desportista cubano.

Não faltou em todo esse negocio nebuloso um dado importante: a empresa que vai botar toda essa grana para fazer o trabalho que os nossos militares executavam quase a custo zero deu dinheiro para a campanha eleitoral do PR, o partido do vice-presidente da República, chefiado em Goiás pelo notório deputado Sandro Mabel, aquele que há pouco escapou pela tangente da cassação por corrupção.

É isso: aja e saia, com a grana no bolso.

Wanja Costa


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