29.10.07

 

DESABAFO DE QUEM ESTÁ LÁ

Segue um relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima:



Trata-se de um Brasil que a gente não conhece.

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.

Conversei com algumas pessoas nesses três dias , desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Pra começar o mais difícil de se encontrar por aqui é roraimense. Pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável; tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai.

Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 Km), existe um trecho de aproximadamente 200Km (reserva indígena de Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde. Nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos), para que os mesmos não sejam incomodados.

DETALHE:

Você não passa se for brasileiro.

O acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses.

Dos 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.

DETALHE:

Americanos entram na hora que quiserem; se você não tem uma autorização da FUNAI, mas tem dos americanos, então você pode entrar.

A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas quase ninguém fala português.

É comum na entrada das reservas encontrarem-se hasteadas
bandeiras americanas ou inglesas.
É comum se encontrar por aqui americanos tipo nerds caçando borboletas e joaninhas para catalogá-las, mas, pasmem:
Se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçú, açaí, camu-camu, etc., medicinais ou componentes para fabricação de remédios,
Pode se preparar para pagar Royalties para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da amazônia.
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos:
É, os americanos irão acabar tomando conta da Amazônia?
E em todas elas ouvi a mesma resposta em diferentes palavras.
Irei reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

Irão não, meu filho, tu não sabe mas tudo aqui já é deles. Eles comandam tudo... Você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam!!!
Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra. Aqui vai ser a mesma coisa.

A dona é bem informada, não ? !

O pior é que segundo a ONU, o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm nome de nação indígena, o que pode levar os americanos a alegar que estão libertando os povos indígenas.

Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivo de combater o narcotráfico. ( Vide fotos e mapas em matéria anterior : 04/12/06; Link:http://lycarion2007.blogspot.com/2006/12/bases-norte-americanas-na-amrica-do.html#links )

Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois, essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês (isso pode causar um incidente diplomático).

Pergunto inocentemente às pessoas, porque os americanos querem tanto proteger os índios. E a resposta é absolutamente a mesma:

Porque as terras indígenas, além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Parece que as pessoas contam essas coisas como num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.

É pessoal... Podemos ter certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.

Será que podemos fazer alguma coisa?

COM CERTEZA, SIM!!!
Pelo menos repassar esta matéria para que um maior número de brasileiros fiquem sabendo desses absurdos...



Relato de: Juliana Moreira em "O Democrata" edição de 16 de outubro de 2004.
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